Meus senhores eu sou a água que lava a cara, que lava os olhos, que lava a rata e os entrefolhos, que lava a nabiça e os agriões, que lava a piça e os colhões, que lava as damas e o que está vago pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água que rega a salsa e o rabanete, que lava a língua a quem faz minete, que lava o chibo mesmo da rasca, tira o cheiro a bacalhau da lasca, que bebe o homem que bebe o cão, que lava a cona e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água que lava os olhos e os grelinhos, que lava a cona e os paninhos, que lava o sangue das grandes lutas, que lava sérias e lava putas, apaga o lume e o borralho e que lava as guelras ao caralho.
Meus senhores aqui está a água que rega as rosas e os manjericos, que lava o bidé, lava penicos, tira mau cheiro das algibeiras, dá de beber às fressureiras, lava a tromba a qualquer fantoche e lava a boca depois de um broche.
BOCAGE, poeta d'um Cabrão!
BOCAGE, poeta d'um Cabrão!
30 comentários:
a água é vida!
Ninguém o diz tão bem como Bocage!
E depois ainda se chateiam comigo porque digo que prefiro o Bocage a muitos outros poetas.
Pá, mas alguém mais diz as coisas como ele?
E depois do post anterior, estava-me mesmo a apetecer ler Bocage.
Obrigada, PWFH
Depois de todas essas lavagens, diria que é uma água com sabores.
Isa,
Experimenta também as cantigas de escárnio e maldizer!
O que ía agora era uma sandes de escárnio assada!
Epá eu bebia era qualquer coisa bem quente. Mas com água engarrafada!
Está frio!
mas o que queria também é saber o que é uma fressureira.
Sempre disseste que não.
E por "sempre" entenda-se os escassos meses que te conheço.
E por "conheço" etc.
Uma fressureira, é uma fufa do "intigamente".
PWFH,
Ah… ok! Mas isso por vezes deviam era ser intrigas de alguma ciumenta! Elas se calhar eram só amigas e mais nada!
AD,
Gostas de complicar! Ainda bem que o PW explicou o que era.
Sempre disse que não e ainda continuo a dizer. Se é para sempre ou não é que já não sei. Já aprendi que não se deve dizer nunca, quando o fazemos acabamos por cair no nunca !
Tambem já o publiquei uma vez
http://silviamaria.blogspot.com/2009/05/grande-poeta-o-bocage.html
Grande poeta...sem papas na língua (também com tanta água...)
Bom texto, sim senhor!
:D :D :D bravo, Bocage!
e os dipolos eléctricos, e as pontes de hidrogénio, onde estão??? -_-
ena! um espaço de poesia e cultura, mesmo aqui no balázios!
aqui fica a minha declamação:
Balofas carnes de
balofas tetas
caem aos montões
em duas mamas pretas
chocalhos velhos a
bater na pança
e a puta dança.
Flácidas bimbas sem
expressão nem graça
restos mortais de uma
cusada escassa
a quem do cu só lhe
ficou cagança
e a puta dança.
A ver se caça com
disfarce um chato
coça na cona e vai
rompendo o fato
até que o chato
de morder se cansa
a puta dança.
Os calos velhos com
sapatos novos
fazem-na andar como
quem pisa ovos
pisando o par de cada
vez que avança
e a puta dança.
Julga-se virgem de
compridas tranças
mas se um cabrito
de cornadas mansas
abre a carteira e
generoso acode
a puta fode.
Ainda por cima és poeta?...
porra, esqueci-me de assinar que era do antónio botto.
mas... espera lá, ainda por cima? que é que eu fiz!?
AHAHAHAHHA
E lava a boca depois de um broche!
A,
És um grandessíssimo sacanóide! Acho que é a isso que o AD se refere!
E gostas mesmo deste poema! Eu também, obrigada por partilhares!
DM,
És mesmo teenager, saltas de um lado para o outro à uma velocidade incrível!
As coisas que andas a aprender hoje! ;)
gosto ainda mais de outro, que ouvi na mesma altura, mas que não consegui encontrar. começava mais ou menos assim:
fugide velhas! porque está frio e podeis constipar, velhas!
isto é ainda melhor quando declamado pelo autor (que também não sei quem é)... foi um espectáculo e tanto!
apercebi-me agora que fugide não existe. a gramática está cada vez mais déspota!
LOL
Fugide é fantástico! vamos passar a usar?
Agora quando for de carro e passarem velhas À frente vou gritar isso “fugide velhas!”
Eu já fugi de velhas. Eram testemunhas de Jeová.
eu já uso há muitos anos... e juro que pensava que estava correcto!
AD, aahahahahahaha
O António Botto nasceu na aldeia do outro lado do rio, da perspectiva de quem estiver na aldeia onde cresci.
Fogo, que comentário mais desinteressante...
Realmente...
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